segunda-feira, 30 de março de 2009

Conceitos básicos de MRP, MRPII e ERP

MRP é a sigla de material requirement planning, que pode ser traduzido por planejamento das necessidades de materiais. 

O MRP usa uma filosofia de planejamento. A ênfase está na elaboração de um plano de suprimentos de materiais, seja interna ou externamente. O MRP considera a fábrica de forma estática, praticamente imutável. 

Assim, o MRP como hoje o conhecemos só se viabilizou com o advento do computador. O MRP utiliza softwares cada vez mais sofisticados – alguns deles chegando a custar mais de um milhão de dólares.

A lista de materiais ou BOM (bill of material), um subproduto do MRP, é um software que irá processar todos os dados, consolidando os itens comuns a vários produtos, verificando se há disponibilidade nos estoques e, quando for o caso, emitindo lista de itens faltantes.

Os softwares com maiores capacidades de processamento passaram a ser denominados sistemas de manufacturing resources planning, que pode ser traduzido por planejamento dos recursos de manufatura

Como a sigla de manufacturing resources planning (MRP) é a mesma de material requirement planning (MRP), convencionou-se chamar a primeira de MRP II. 

Hoje em dia é cada vez maior o número de autores que chamam o MRP II de ERP, sigla de Enterprise Resource Planning, ou seja, planejamento dos recursos da empresa.

Quando se trata de um software baseado em MRP II, é fornecida uma quantidade bem maior de dados sobre o produto, como preço unitário, fornecedores, processo de fabricação, equipamentos, roteiros de fabricação e respectivos centros de custos, mão-de-obra utilizada por categorias profissionais, ferramentas utilizadas e respectivo consumo, alterações no BOM e datas a partir das quais entrarão em vigor, etc.


Elementos de um Sistema MRP


Lista de material (BOM): é a parte mais difícil e trabalhosa do projeto. Todos os produtos da linha de fabricação devem ser "explodidos" em todos os seus componentes, subcomponentes e peças. Um grande número de empresas, mesmo já atuando no mercado há anos, não dispõe de relação de materiais. Algumas outras dispõem de duas, um para o pessoal de custos e outra para a fabricação e compras. Outra dificuldade é manter atualizada a lista de material, o que normalmente é uma atribuição da engenharia. As constantes mudanças na tecnologia e nas exigências do mercado tornam constantes tais alterações. Em muitos softwares hoje disponíveis no mercado, essas alterações podem ser facilmente programadas, ficando por conta do software efetuar as alterações nas datas previstas.

Controle de estoques: a informação sobre os estoques disponíveis são essenciais para a operação de um sistema MRP. Como o número de empresas que dispõem de sistemas computadorizados de controle de estoques é maior que o das que dispõem de um MRP, os softwares mais usuais tratam as duas coisas como módulos do sistema. Assim, tem-se um módulo de estoques e um outro de MRP, que podem, evidentemente, ser integrados. Estoques de segurança devem ser contemplados nos sistemas MRP, a fim de absorver eventuais ocorrências não previstas, como greves, inundações, etc.

Plano mestre: o plano mestre retrata a demanda a ser atendida, já depurada dos fatores externos. Isto é, aquilo que deve ser efetivamente produzido. Por se tratar de uma previsão, contém as incertezas inerentes ao futuro. Isto posto, o sistema MRP deve contemplar as possibilidades de alteração nas demandas previstas. Aliás, existem sistemas que trabalham em tempo real, ou seja, em resposta a qualquer alteração, seja na demanda, seja no nível de estoques, decorrente, por exemplo, de um recebimento, o sistema atualiza imediatamente todos os dados. Os mais comuns, entretanto, fazem os cálculos periodicamente, em geral uma vez por dia.

Compras: um dos produtos do MRP, como já mencionado, é uma relação dos itens que devem ser comprados. A partir dessa listagem o departamento de compras pode atuar. Com o advento das parcerias, é grande o número de empresas que têm seus sistemas interligados, e os pedidos de reabastecimento são feitos diretamente pelo computador. Trata-se do EDI (Electronic Data Interchange) que atualmente está sendo substituido com vantagens pela Extranet/Internet.


Algumas vantagens de um Sistema MRP


Instrumento de planejamento. Permite o planejamento de compras, como já visto, de contratações ou demissões de pessoal, necessidades de capital de giro, necessidades de equipamentos e demais insumos produtivos.

Simulação. Situações de diferentes cenários de demanda podem ser simuladas e ter seus efeitos analisados. Ë um excelente instrumento para a tomada de decisões gerenciais.

Custos. Como o MRP baseia-se na "explosão" dos produtos, levando ao conhecimento detalhado de todos osseus componentes, e, no caso do MRP II, de todos os demais insumos necessários à fabricação, fica fácil o cálculo detalhado voltado justamente para o custeio dos produtos.

Reduz a influência dos sistemas informais. Com a implantação do MRP, deixam de existir os sistemas informais, muitos usuais nas fábricas ainda hoje. Nesses sistemas a informação sobre um determinado produto por vezes fica armazenada "na cabeça de Fulano".

Transporte Dutoviário

Características:

O modal dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através de dutos para o transporte de granéis. É uma alternativa de transporte não poluente, não sujeita a congestionamentos e relativamente barata. No Brasil, os principais dutos existentes são: a) Gasodutos: destina-se ao transporte de gases, e destaca-se a recente construção do gasoduto Brasil-Bolívia, com quase 2000 Km de extensão, para o transporte de gás natural. b) Minerodutos: aproveita a força da gravidade para transportar minérios entre as regiões produtoras e as siderúrgicas e ou portos. Os minérios são impulsionados por um forte jato de água. c) Oleodutos: utiliza-se de sistema de bombeamento para o transporte de petróleos brutos e derivados aos terminais portuários ou centros de distribuição.

Composição do Frete Ferroviário

Dois fatores influenciam no cálculo do frete ferroviário: distância percorrida (TKU –
tonelada por quilômetro útil) e o peso da mercadoria. Assim, pode ser calculado pela
multiplicação da tarifa ferroviária por tonelada ou metro cúbico, prevalecendo o que aferir
maior receita.
É bastante comum que o frete seja cobrado por vagão, taxa de estadia do vagão, cobrada por dia. Há um frete mínimo para o caso de embarque de cargas leves que completam o vagão sem chegar a um peso adequado.

Conhecimento de Embarque Ferroviário

O conhecimento de embarque ferroviário, também chamado de Carta de Porte Internacional, é o principal documento do transporte ferroviário e tem as mesmas funções básicas dos conhecimentos de embarque marítimos e rodoviários. É emitido em três vias originais, sendo a primeira delas negociável, e quantas cópias forem necessárias. Cabe ressaltar que quando o transporte de uma mercadoria ocorre por mais de uma ferrovia, aquela que emitiu a Carta de Porte Ferroviário pelo trajeto total é a responsável, perante todas as partes envolvidas, por todo o percurso, desde a origem até a entrega.

Transporte Ferroviário



Características :

O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e grandes quantidades tais como produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Este modal não é tão ágil como o rodoviário no acesso as cargas uma vez que estas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para embarque.

 Vantagens:

 -Adequado para longas distâncias e grandes quantidades de carga;
 - Baixo custo do transporte; 
- Baixo custo de infra-estrutura.

Desvantagens:

 - Diferença na largura das bitolas; 
- Menor flexibilidade no trajeto;
 - Necessidade maior de transbordo;
 - Tempo de viagem demorado e irregular; 
- Alta exposição a furtos.

Composição do Frete

O frete no transporte rodoviário é calculado sobre o peso (tonelada) ou por volume
(metro cúbico ), mas o mais comum em cargas completas é que seja estipulado um preço
fechado por veículo. Podem ser cobradas também taxas adicionais, como a ad valorem,
para mercadorias de alto valor, taxa de expediente, para cobrir despesas com emissão de
documentos e o custo do seguro rodoviário obrigatório.

Tipos de veículos

Caminhões: veículos fixos que apresentam carroceria aberta, em forma de gaiola,
plataforma, tanque ou fechados (baús), sendo que estes últimos podem ser equipados com
maquinário de refrigeração para o transporte de produtos refrigerados ou congelados.
Carretas: veículos articulados, com unidades de tração e de carga em módulos
separados. Mais versátil que os caminhões, podem deixar o semi-reboque sendo carregado
e recolhê-lo posteriormente, permitindo com isso que o transportador realize maior número
de viagens.
Cegonheiras: específicos para transporte de automóveis;
Boogies/Trailers/Chassis/Plataformas: veículos apropriados para transporte de
containers, geralmente de 20’ e 40’ (vinte e quarenta pés).
Treminhões: veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos mecânicos, semi
reboques e reboques, portanto compostos de três partes, podendo carregar dois containeres
de 20’. Não podem transitar em qualquer estrada, face ao seu peso bruto total (cerca de 70
toneladas)

Conhecimento de Embarque Rodoviário

O Transporte rodoviário internacional de cargas é contratado através de um
Conhecimento Rodoviário de Transporte – CRT. É de emissão obrigatória, em três vias
originais, sendo a primeira via negociável e destinada ao exportador. O CRT funciona
como contrato de transporte rodoviário, como recibo de entrega da carga e como título de
crédito. O conhecimento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu
representante e a mercadoria deve ser vistoriada por ocasião do embarque e havendo
avaria esta deve ser notificada no documento sendo então conhecimento sujo – unclean.

Transporte Rodoviário


Características:

O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Transporte
Internacional Terrestre – firmado entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai
e Peru em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no
tráfego regular de caminhões em viagens entre os países consignatários.
No Brasil algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, o que
aumenta os custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a
roubo de cargas.

Vantagens:

- Adequado para curtas e médias distâncias;
- Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às cargas;
- Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem;
- O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa transportadora;
- Atua de forma complementar aos outros modais possibilitando a intermodalidade e
a multimodalidade;
- Permite as vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade para
exportador e importador.


Desvantagens:

Fretes mais altos em alguns casos;
Menor capacidade de carga entre todos os outros modais;
Menos competitivo para longas distâncias;

Preferência para a bandeira brasileira

O Decreto nº 1.152 de 08.06.94, menciona que os órgãos e entidades da Administração
Pública Federal têm que dar preferência à empresa de bandeira brasileira para o transporte
aéreo de seus servidores, empregados ou dirigentes, bem como para o transporte de malas
diplomáticas e cargas aéreas.
No caso de impossibilidade da transportadora nacional de atender a uma determinada
rota e/ou data, pode ser concedido liberação da carga (concessão de waiver).

Composição do Frete Aéreo

  • Tarifa Mínima: tarifa aplicada a pequenas encomendas que não atingem um determinado valor a partir do cálculo por peso; 
  • Tarifa Gera de Carga: é a tarifa aplicada a expedições que não contenham mercadorias valiosas e que não estejam enquadradas na tarifa específica ou na tarifa classificada, estipulada por área pela IATA e dividida como segue : Tarifa Normal: aplicada a cargas de até 45kg; em alguns países até 100kg;
  • Tarifa Quantitativa: aplicada conforme o peso do embarque, por faixas de 45 a 100kg; de 100 a 300 kg; de 300 a 500 kg e acima de 500 kg,
  • Tarifa Classificada: desdobramento da tarifa geral, aplicado a bagagem não acompanhada, jornais e equivalentes, animais vivos, restos mortais, ouro, platina, etc., entre áreas determinadas. Podem ser divididas como segue:
  • Tarifa Ad Valorem: mercadorias de alto valor;
  • Tarifa Redução: produtos culturais, aparelhos médicos, etc.
  • Tarifa de Sobretaxa: para cargas que apresentem dificuldade para manipulação,como cargas de medidas extraordinárias ou volumes de peso excessivo.
  • Tarifa para Mercadorias Específicas: normalmente mais baixas, utilizadas para mercadorias transportadas regularmente de um ponto de origem a um ponto de destino determinado;

Conhecimento de Embarque Aéreo

O conhecimento de embarque aéreo é denominado AWB – Air WayBill. É composto de 3 vias originais, não negociáveis: a primeira, assinada pelo expedidor, fica com o transportador, a segunda assinada por ambos, acompanha a mercadoria; e a terceira assinada pelo transportador, fica com o expedidor.

Transporte Aéreo






Características:
É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos
volumes ou com urgência na entrega.
As empresas e agentes de todo o mundo formam uma associação de caráter
comercial que é a IATA – International Air Transport Association, que é o principal órgão
regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador é o Departamento
de Aviação Civil – DAC, do Comando da Aeronáutica.

Vantagens:
É o transporte mais rápido;
Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso);
Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de
produção.
Possibilita redução de estoques via aplicação de procedimentos just in time.

Desvantagens:
Menor capacidade de carga;
Valor do frete mais elevado em relação aos outros modais.




Transporte Fluvial / Lacustre





Considerando o potencial de suas bacias hidrográficas, o transporte fluvial tem ainda uma utilização muito pequena no Brasil. É um modal bastante competitivo, já que apresenta grande capacidade de transporte, baixo consumo de combustível e é menos poluente que o modal rodoviário. O grande volume de mercadorias transportadas por este modal é de produtos agrícolas, fertilizantes, minérios, derivados de petróleo e álcool. Na Bacia Amazônica, porém, o transporte de mercadoria manufaturada é bastante difundido e, juntamente com madeiras da região, é feita na forma internacional, ligando diversos portos brasileiros com o Peru e a Colômbia.
As embarcações utilizadas são as balsas, chatas, além de navios de todos os portes, pequenos, médios e grandes. O cálculo de frete é baseado na tonelada/quilômetro ou pela unidade, no caso de containeres. Seu valor é bem mais em conta comparando-se aos modais terrestres.
Navegação lacustre é aquela realizada em lagos e tem como característica a ligação de cidades e países vizinhos. É um tipo de transporte bastante restrito em face de serem poucos os lagos navegáveis e por isso não tem grande importância no transporte internacional. Também pode ser utilizado para qualquer carga, a exemplo do marítimo.

Transporte Obrigatório

Denomina-se prescrição de carga a obrigatoriedade de utilização de veículos de bandeira brasileira nas operações de comércio exterior. Esta obrigatoriedade se aplica nos seguintes casos: a) No comércio com os países com os quais existem acordos bilaterais ou convênios internacionais de divisão de cargas. Ressalte-se que existem produtos excetuados, geralmente minérios a granel e petróleo, em praticamente todos os casos. 
b) Em cargas, quando importadas por órgãos ou empresas governamentais, da administração direta ou indireta, ou por empresas que venham a ser beneficiadas com reduções ou isenções de tributos (Decretos-lei nºs 666 e 687, de 02 e 18.07.69). Esta legislação não se aplica as importações amparadas pelo regime de "drawback"; com alíquota favorecida no âmbito da ALADI; objeto de concessão tarifária no GATT; e as doadas, com frete pago pelo doador. 
Nos casos dos acordos ou convênios internacionais relatados, bem como os Estados Unidos, com os quais há acordo de acesso a cargas - prescritas, é permitida a utilização da bandeira do outro país signatário.
 A liberação da carga (concessão de "waiver") pode ser solicitada, por ocasião do embarque, caso a obrigatoriedade prevista não possa ser cumprida por falta de navio ou espaço em navio, a delegado do Departamento de Marinha Mercante - DIVIM ou ao próprio DIVIM, conforme regras definidas por aquele órgão, integrante do Ministério dos Transportes.

Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM

É um percentual sobre o frete, de 25% para a navegação de longo curso, cobrado do
consignatário da carga pela empresa de navegação, que o recolhe posteriormente. Passa a
ser devido no porto brasileiro de descarga e na data da operação (início efetivo da operação,
de descarregamento), ou seja, incide somente na importação.
A base de cálculo para o AFRMM é a remuneração do transporte mercante porto a
porto, incluídas as despesas portuárias e outras despesas, constantes do conhecimento de
embarque.
Serve como instrumento de ação política governamental, obtido de uma contribuição
parafiscal, com finalidades específicas de formar e manter uma marinha mercante e uma indústria de construção naval brasileiras. Recentemente, um sistema informatizado –
Mercante foi implantado nos principais portos brasileiros, o que tem melhorado
significativamente a arrecadação do AFRMM.
Estão isentos de recolhimento: bagagem, livros, jornais, periódicos, papel de imprensa,
alguns tipos de embarcações, doação, carga consular, eventos culturais e artísticos, atos e
acordos internacionais (quando especificado no escopo do Acordo), drawback,
reimportação, carga militar, cargas em trânsito, unidades de carga (contêineres), admissão
temporária, loja franca, Zona Franca de Manaus, importações do governo federal, amostras,
remessas postais e os bens destinados à pesquisa científica ou tecnológica.

sábado, 28 de março de 2009

Composição do Frete Marítimo

Os custos do transporte são influenciados por: características da carga, peso e volume
cúbico da carga, fragilidade, embalagem, valor, distância entre os portos de embarque e
desembarque, e localização dos portos.
A tarifa é determinada por mercadoria e quando o produto não está identificado nas
tabelas é cobrado o frete NOS (Not Otherwise Specified), que representa o maior valor
existente no respectivo item do tarifário.
Frete Básico: é o valor cobrado segundo o peso ou volume da mercadoria (cubagem),
prevalecendo sempre o que propiciar maior receita ao armador. Alguns adicionais
costumam ser cobrados, sendo os mais comuns:

a) Ad-Valorem: cobrado sobre o valor em mercadorias de alto valor unitário. Pode
substituir o frete básico ou complementar seu valor.

b) Sobretaxa de Combustível (Bunker Surcharge): percentual aplicado sobre o frete básico,
destinado a cobrir custos com aumentos extraordinários nos combustíveis em função
de alguma crise local, regional ou internacional;

c) Taxa para Volumes Pesados (Heavy Lift Charge): cobrada sobre volumes que, devido ao
excesso de peso, demandam condições e equipamentos especiais para sua
movimentação;

c) Taxa para Volumes com Grandes Dimensões (Extra Length Charge): aplicada a
volumes de difícil movimentação em função de suas dimensões fora do padrão normal;

e) Adicional de Porto: taxa cobrada quando a mercadoria tem como origem ou destino
algum porto secundário ou fora da rota;

f) Fator de Ajuste Cambial - CAF (Currencv Adjustment Factor): utilizado para moedas
que desvalorizam sistematicamente em relação ao dólar norte americano;

g) Sobretaxa de Congestionamento Portuário (Port Congestion Surcharge): incide sobre o
frete básico, para portos onde existe demora na atracação dos navios.

Tipos de Navios

Os navios são construídos de forma adequada com a natureza da carga a ser
transportada (embalada e unitizada, embalada fracionada, granel sólido, granel líquido,
etc.), ou até em relação à unidade de carga a ser utilizada, com o objetivo de atender suas
necessidades específicas. Os principais tipos são:
a) Cargueiro, Convencional: para o transporte de carga geral, com os porões divididos de
forma a atender diferentes tipos de carga.
b) Graneleiro: visando o transporte de granéis sólidos (geralmente tem baixo custo
operacional).
c) Tanque: destina-se ao transporte de granéis líquidos.
d) Full Container Ship ou Porta-conteiner: exclusivo para o transporte de contêineres, que
são alocados através de encaixes perfeitos.
e) Roll-on/Roll-off: apropriado para o transporte de veículos, que são embarcados e
desembarcados, através de rampas, com os seus próprios movimentos. Pode propiciar a
conjugação com o transporte terrestre, ao carregar a própria carreta ou o contêiner sobre
rodas ("boogies").
f) Lash ou porta-barcaças: projetado para operar em portos congestionados, transporta, em
seu interior, barcaças com capacidade de aproximadamente 400 t ou 600 m3, cada uma, as
quais são embarcadas e desembarcadas na periferia do porto.
g) Sea-bea: é o mais moderno tipo de navio mercante, pois pode acomodar barcaças e
converter-se em Graneleiro ou Porta-conteiner.

Serviços oferecidos pelas Companhias Marítimas

a) Linhas regulares: São aquelas que apresentam sempre o mesmo itinerário, com portos e
escalas fixas e predeterminadas. As condições de transporte são estabelecidas
unilateralmente pelas companhias marítimas ou conferências de frete, através da aplicação
das condições definidas pelas tarifas e pelas cláusulas do Conhecimento de Embarque.
Podem ser divididos em:
- Conferências de fretes: é uma associação de duas ou mais companhias marítimas
(armadores ) , visando prestar serviços regulares, em conjunto, e com condições uniformes de transporte. Proporciona um aumento da eficiência no transporte com uso
mais racional e coordenado dos itinerários. Por outro lado, apresenta alguns problemas
como falta de flexibilidade e fretes nem sempre competitivos.
- Joint Services: são acordos de cooperação entre armadores para a exploração de uma
rota específica. Não é uma entidade formal, diferentemente das conferências.
Proporciona ao embarcador a possibilidade de utilizar qualquer navio de uma mesma
rota e destino independentemente do armador.
- Outsiders; são os armadores que não tem vínculo com as conferências e que prestam
serviços em linhas fixas. Proporcionam um preço mais competitivo, porém nem sempre
com a mesma freqüência e nível de garantias oferecidas pelas conferências.

b) Linhas Irregulares: são operadas por armadores que atuam por conta própria. O itinerário
não é fixo e sim determinado pelas oportunidades geradas em cada porto. O navio que
opera nesta situação é conhecido como Tramp. Este serviço é muito utilizado para o
transporte de granéis.

c) Afretamento: é adequado quando há grandes quantidades de mercadorias a serem
transportadas, suficientes para ocupar totalmente ou parte substancial de um veículo.

Situações Contratuais




Pode haver contratação para transporte "House to House" [a mercadoria é colocada no
contêiner nas instalações do exportador e retirada do contêiner ("desovada") no pátio do
consignatário], "Pier to Pier" (apenas entre dois terminais marítimos), "Pier to House" ou
"House to Pier".

Conhecimento de Embarque Marítimo

O conhecimento de Embarque B/L (Bill of Lading) é o documento de maior
importância na contratação de transporte marítimo. Suas funções básicas são 2:

- Servir como recibo de entrega da carga ao transportador;
- Evidenciar um contrato de transporte entre a companhia marítima e o usuário;
-representar um título de propriedade da mercadoria (transferível e negociável).
O B/L pode ser composto de várias vias, sendo o mais comum a emissão em 6 vias: 3
não negociáveis e 3 negociáveis. Estas são entregues ao exportador/ embarcador para que
as apresente ao banco e receba o valor estipulado no crédito documentário. A seguir, os
documentos serão remetidos via banco ao importador para que este possa retirar as
mercadorias. As cópias não negociáveis servem de informação a todos os agentes
envolvidos e não são válidas para retirada da mercadoria nem para receber o valor
estipulado no crédito documentário.
Cada companhia de navegação pode ter seu modelo de conhecimento de embarque, a
ser preenchido com os dados necessários, tais como: nome do exportador; nome e endereço
da companhia de navegação; nome do importador; porto de embarque; porto de destino;
nome de quem vai ser notificado quando da chegada da mercadoria; total de volumes; nome
da mercadoria; peso bruto e volume cúbico; forma de pagamento do frete ("prepaid" ou
"collect”); nome do agente da companhia transportadora no porto de embarque, com o
carimbo e a assinatura do responsável; e carimbo do local de estiva da mercadoria. Um
conhecimento de embarque limpo ( Clean on Board) é aquele que não registra nenhuma
avaria ou defeito na mercadoria ou embalagem. Caso contrário, deverá ser feita uma
observação relatando a avaria da mercadoria o que torna o conhecimento sujo.
O conhecimento de embarque pode ser emitido à ordem (no próprio nome do
embarcador, a sua ordem ou à ordem de seu agente no porto de destino) ou nominal (em
nome do consignatário). Pode ser direto (onde a mercadoria segue direto até o porto de
destino final) ou indireto (onde, por ocorrer transferência (transbordo) para outro navio,
deve constar o nome das duas embarcações e o valor de cada frete).

Categorias de Transporte (navegação)



- Cabotagem: navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro,
utilizando a via marítima ou entre esta e as vias navegáveis interiores.
- Navegação interior: realizada em hidrovias interiores ou lagos, em percurso nacional
ou internacional.
- Navegação de Longo Curso: realizada entre portos brasileiros e estrangeiros.

Transporte Marítimo

Características:

O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No
Brasil responde por mais de 90% do transporte internacional Possibilidade de navegação
interior através de rios e lagos.
Os portos desempenham um papel importante como elo de ligação entre os modais
terrestres e marítimos. Tem uma função adicional de amortecer o impacto do fluxo de
cargas no sistema viário local, através da armazenagem e da distribuição física.

Vantagens:

- Maior capacidade de carga;
- Carrega qualquer tipo de carga;
- Menor custo de transporte.

Desvantagens:

- Necessidade de transbordo nos portos;
- Distância dos centros de produção;
- Maior exigência de embalagens;
- Menor flexibilidade nos serviços aliados a freqüentes congestionamentos nos
portos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Modais de Transporte

Na escolha do meio mais adequado ao transporte, é necessário estudar todas as rotas
possíveis, estudando os modais mais vantajosos em cada percurso. Deve-se levar em conta
critérios tais como menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade,
segurança e rapidez.
Os transportes são classificados de acordo com a modalidade em:
- Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário;
- Aquaviário: marítimo e hidroviário;
- Aéreo
E quanto a forma em:
- Modal ou Unimodal: envolve apenas uma modalidade;
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade e para cada trecho/ modal é realizado um
contrato;
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém regido por um único contrato;
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais;
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessitar ser
transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de transporte (regido
por um único contrato).
Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Algumas são adequadas
para um determinado tipo de mercadorias e outras não.

Pagamento do Transporte


A remuneração pelo serviço contratado de transporte de uma mercadoria é
conhecida como frete. O pagamento do frete pode ocorrer de duas formas:
a) Frete Prepaid - é o frete pago no local do embarque, imediatamente após este.
b) Frete Collect - é o frete a pagar, podendo ser pago em qualquer lugar do mundo, sendo
que o transportador será avisado pelo seu agente sobre o recebimento do frete, para
então proceder à liberação da mercadoria.

Preparação da Carga a ser Transportada - Embalagem

Na preparação para o transporte, os produtos devem ser acondicionados em
embalagens. Estas devem atender às condições de uso, atuar na promoção e proteção dos
produtos envolvidos além de servir como instrumentos para o aumento da eficiência na
distribuição.
A logística de distribuição de mercadorias envolve uma correta relação da
embalagem com o modal a ser utilizado. O grau de exposição a danos físicos, o meio onde
será armazenado e a freqüência de manuseio devem ser considerados. Características de
resistência, tamanho e configuração dos envoltórios determinam os equipamentos
necessários para a movimentação, empilhamento máximo e estabilidade das mercadorias no
armazenamento.
O aprimoramento no embarque de cargas teve um grande impulso com a utilização
em larga escala do conceito de carga unitizada.
Unitização - o agrupamento de um ou mais itens de carga geral que serão
transportados como uma unidade única e indivisível. Não constitui embalagem e tem a
finalidade de facilitar o manuseio, movimentação, armazenagem e transporte da
mercadoria. As principais vantagens da unitização são:
·  Diminuição das avarias e roubos de mercadorias;
·  Incentivo da aplicação do sistema door-to-door (porta a porta);
·  Melhoria no tempo de operação de embarque e desembarque;
·  Padronização internacional dos recipientes de unitização.
·  Redução do número de volumes a manipular;
·  Redução dos custos de embarque e desembarque;
·  Redução de custo com embalagens;
As formas mais comuns de unitização são:
a) Pré lingado – rede especial, ou cinta, adequada para permitir o içamento de mercadorias
ensacadas, empacotadas ou acondionadas em outras formas;
b) Pallets - é uma unidade semelhante a um estrado plano, construído em madeira,
alumínio, aço ou outro material resistente, de modo a permitir a movimentação por meio de empilhadeiras, bem como a um perfeito empilhamento nos veículos e nos
locais de armazenagem;
c) Contêiner - é um recipiente, construído em aço, alumínio ou fibra, criada para o
transporte unitizado de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso
repetitivo.
Os contêineres possuem identificações com informações pertinentes à carga estocada,
proprietário dentre outras. As características de resistência e identificação visam dar ao
contêiner vantagens sobre os demais equipamentos para unitização, tais como segurança,
inviolabilidade, rapidez e redução de custos nos transportes. Com a introdução dos
contêineres a partir da década de 1980, a operação nos terminais ganhou maior agilidade, já
que tornou-se mecanizada e repetitiva, diminuindo sobremaneira a utilização de mão de
obra. Geralmente no transporte marítimo, os contêineres mais utilizados medem 40’ou 20’
pés (Twenty feet equivalent unit- TEU), este último serve de padrão para definição de
tamanho de navio porta-cotêiner e como referência para medir a performance de
movimentação dos portos. Estufar ou ovar é o ato de encher o contêiner com mercadorias,
podendo ser estas a granel, embaladas ou paletizadas. Desovar é o ato de retirar
mercadorias do mesmo.

Natureza da Carga Transportada







Na identificação das características da carga devemos observar aspectos como:
perecibilidade, fragilidade, periculosidade, dimensões e pesos considerados especiais.
A carga pode ser classificada basicamente em1:
a) Carga Geral: carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades,
podendo ser soltas ou unitizadas;
Soltas (não unitizadas): itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos,
fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc. Este tipo de carga gera pouca economia de
escala para o veículo transportador, pois há significativa perda de tempo na
manipulação, carregamento e descarregamento provocado pela grande quantidade de
volumes.
Unitizadas: agrupamento de vários itens em unidades de transporte;
b) Carga a Granel (sólida ou líquida): carga líquida ou seca embarcada e transportada
sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades
(exemplos: petróleo, minérios, trigo, farelos e grãos, etc.);
c) Carga Frigorificada: necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as
qualidades essenciais do produto durante o transporte (exemplos: frutas frescas,
pescados, carnes, etc.);
d) Carga Perigosa: aquela que, por causa de sua natureza, pode provocar acidentes,
danificar outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda, gerar riscos para as pessoas.
É dividida pelo IMCO (Organização Marítima Consultiva Internacional) segundo as
seguintes classes: I – Explosivos, II – gases, III - líquidos inflamáveis, IV - sólidos inflamáveis, V – substâncias oxidantes, VI – substâncias infecciosas, VII – substâncias
radioativas, VIII – corrosivos, e IX – variedades de substâncias perigosas;
e) Neo-granel: carregamento formado por conglomerados homogêneos de mercadorias,
de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita
o transporte em lotes, em um único embarque (exemplo: veículos).

Logística

As atividades de comércio e a necessidade de interação com outras localidades
revelam a importância do transporte de mercadorias e pessoas no desenvolvimento de uma
região. A zona produtora precisa distribuir seus produtos para a zona de consumo. A
utilização racional dos meios de transportes oferecida a preços razoáveis, influi
significativamente na competitividade dos produtos comercializados.
O comércio exterior demanda eficiência na produção e na negociação das
mercadorias. A colocação de produtos no mercado externo exige o aproveitamento
adequado dos meios de transporte disponíveis. O transporte internacional é fator
fundamental na definição do custo final da mercadoria e no atendimento das condições
pactuadas com o importador de prazo e condições de entrega.